sábado, fevereiro 25, 2012

Amália e a Poesia

A Poetisa Amália

Amália "o prato cheio do
Fado"



Casa cheia na abertura de actividades da APAF com Tiago Torres da Silva a
falar, no Museu do Fado, apaixonadamente, mas com zelo criterioso, de Amália
enquanto poeta e como inspiradora de poesia.

Tiago Torres da Silva, poeta consagrado e distinguido com um Prémio Amália,
vice-presidente da APAF (Associação Portuguesa Amigos do Fado) esclareceu logo a
abrir que não ia dar uma “aula”, mas todos aprendemos muito.

Primeiro falou de Amália Rodrigues como poetisa (forma que prefere à de
poeta) e afirmou que é a mesma que escreveu “Fui ao mar buscar sardinhas” como
“Grito”, tal como intérprete cantou os mais diversos poetas e tipos de poesia
com uma certeza “qualidade”, disse Torres da Silva.

Para Tiago “todos os poemas estão cheios dela”, aliás como fadista Amália
afirmava-se o “prato cheio de fado”.

Como poetisa começou com “Corria atrás das cantigas” que gravou no Fado
Mouraria. “os primeiros fados foram em redondilha maior”, disse o também poeta e
encenador. Para os poemas Amália transportava a “graça das aguarelas que
cantava”, disse Tiago que considera ter José Carlos Ary dos Santos dado um
incentivo à veia poética da fadista.
Tanto num como noutro a presença
naturalista é constante, disse Tiago Torres da Silva. Amália cantou muito os
ribeiros, disse Tiago, mais até que o mar, como falou de hortelã agreste, peras
e outras.

Sobressai, todavia nos seus poemas a solidão, “uma solidão sem esperança”,
disse Tiago Torres da Silva, “uma solidão cujo desfecho é a morte”.

Este artigo parece-me m,uito interessante e vou aqui partilha foi retirado do site hardmusica, jornal de cultura devem visitar! :)

Uma poetisa espontânea que quis dizer o seu fado, referiu o vice-presidente
da APAF.

O poeta que conviveu com a fadista como o referiu, salientou a “exigência
poética” de Amália que abriu as portas do fado à poesia culta sem nunca ter
desdenhado dos poetas populares que gostava e continuou a cantar.

Outra faceta da palestra realizado domingo, dia 19 de Fevereiro ao fim da
tarde no Museu do fado, cujo auditório estava cheio, foram as canções que Amália
inspirou. Torres da Silva referiu que ele próprio escreveu uns quantos poemas
inspirados em Amália, foi claramente citado o Fado Amália que Joana Amendoeira,
entre os espectadores cantou uma estrofe a capella (lindíssima voz), e referidas
múltiplas canções e fados cantados por Teresa Tarouca, António Pinto Basto,
Roberto Leal, Manuela Cavaco, Mísia, Dulce Pontes, Juan Pardo, António Severivo,
Maria Armanda, Maria da Fé num poema elogiado por Tiago de autoria de José Luís
Gordo, e a marcha “Lisboa à noite” se em vez de saudade o poema original tinha
escrito Amália, Tiago Torres da Silva defendeu a segunda opção.

“Todos temos Amália na voz” por António Variações fechou a palestra que não
teve grande participação do público à excepção de uma poetisa que quis ler um
poema que fez a Amália, Leonilde Henriques, a secretária Lili de Amália, que
apoiou Tiago Torres da Solva num referência a Alexandre O’Neil e ainda Luís de
Castro, da APAF, que contou uma história engraçada de Amália que numa entrevista
afirmou ter começado a cantar Camões porque ele passara por sua casa
mostrara-lhe os versos e ela gostou.

Tiago Torres da Silva foi bastante sério na abordagem que fez da Amália
poetisa e das escolhas poéticas de Amália e o que Amália inspirou, revelou
conhecimento e estudo apurado da matéria

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