terça-feira, outubro 18, 2005

Fado: vou dar de beber á dor




•Foi no domingo passado que passai,
•A casa onde vivia a mariquinhas,
•Mas está tudo tão mudado
•Que não vi em nenhum lado
• Estas janelas que tinham tabuinhas
•Do resto chão ó telhado
•Não vi nada nada, nada
•Que pudesse recordar meu mariquinhas
•E ouvir o telhado e a zelado
•onde vi as tabuinhas.
•Entrei onde era a sala,
•Agora está á secretária um sujeito que é limgrinhas
•Mas não vi colchas com barra,
•Nem viola nem guitarra,
•Nem espreitadelas furtivas das vizinhas
•O tempo cravou a garra,
•Na alma daquela casa que ás vezes petiscávamos umas sardinhas.
•Quando a noite é de guitarra e de farra,
•Estava lá o mariquinhas.
•As janelas estão garridas que ficavam,
•Com cortinados de fitas ás pintinhas,
•Perderam de toda a graça porque é hoje uma vidraça
•Com cercaduras de lata ás voltinhas
•E lá para dentro quem passa hoje é para ir aos pinhões
•Entregar ao Honorário umas coisinhas
•Pois chega a esta desgraça a toda a graça à casa da mariquinhas.
•Para terem feito da casa o que fizeram
•Melhor fora que a amandaçem para as alminhas,
•Pois se a casa do pinhor o que foi viveiro de amor,
•È ideia que não é das minhas,
•Recordação de calor, das saudades que eu vou procurar, esquecer…
•Numas ginjinhas, pois dar de beber à dor é o melhor, já dizia a mariquinhas
•Pois dar de beber à dor é o melhor, já dizia a mariquinhas

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